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| Meime Gabriela Andrade |
Há sempre uma discussão, uma risada ou um olhar maldoso quando uma pessoa assumidamente homossexual seja ela do sexo feminino ou do sexo masculino, passa por um grupo, por um indivíduo, perto de senhoras “recatadas” ou senhores “sérios”, seja ela discreta ou completamente escandalosa.
A opção sexual independe da orientação que a criança recebe de seus pais quando ainda estão na primeira ou na segunda infância. O que se carrega dos pais nessa etapa da vida são os conceitos éticos e a educação, ou seja, o velho, ”por favor”; “obrigada”; “com licença” não matar; não roubar nem enganar ninguém para seu próprio beneficio, etc. esses conceitos sim, são chamados de ensinamentos que vêm de berço a orientação sexual não, essa independe desses ensinamentos. Acredito que qualquer pessoa, seja heterossexual ou homossexual, que não carregue consigo esses ensinamentos não são dignas de atravessarem os caminhos de pessoas de bem, seja ela de qualquer raça, cor ou orientação religiosa ou sexual;
O ser humano tem uma terrível mania de condenar o que lhe é desconhecido, e infelizmente, pelo histórico de perseguição aos homossexuais, estes fecharam-se em um mundo particular onde possam ser eles mesmos. Se isso é ruim ou não, não podemos dizer com precisão; mas por que se esconder? Por que viver clandestinamente? Por que se travestir a noite para ser outra pessoa? Por que fingir o que não é apenas para não sofrer com os olhares maldosos dos vizinhos velhos e recalcados que não se conformam com a felicidade alheia? Por que o rótulo de “homo” ou “hetero” tem que existir? Por que dividir as pessoas por classes (social, étnica e por opção sexual), por que não nos tratarmos apenas como pessoas? Nesse ato de condenação, nós seres humanos acabamos rotulando pessoas que são boas, gentis, educadas, amigas, parceiras, gente de bem que são seres humanos.
É doença ser homossexual? Pega se ficar perto? Altera o caráter do ser humano, ou de quem vive próximo a um deles? Afirmo que não. É doença sim, ser preconceituoso; só se pega algo de alguém quando é contagioso, e se alegria for boa para eu ser mais feliz, então ficarei perto de quem me transmita alegria, seja ela homo ou hetero; o meu caráter só muda se eu internamente for má, se eu não tiver aprendido nada com os ensinamentos de meus pais, e não porque passei perto de alguém que goste do mesmo sexo.
A minha intenção ao abordar esse assunto não é mudar a opinião e nem descobrir as causas do homossexualismo a fim de debatê-las, é simplesmente para alertar aos meus amigos, meus vizinhos e os seres humanos no geral, de que todos somos seres humanos e que na sombra ou no reflexo de um aperto de mão entre duas pessoas não existe cor, religião, classe social, muito menos opção sexual. E de que o respeito ainda é a forma mais diplomática de vivermos em uma sociedade multiculturada.
